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Raça Marinhoa

As referências mais antigas à Raça remontam ao final do século XIX, e foram utilizadas por Silvestre Bernardo Lima que descreveu a derivação da palavra Marinhoa, relacionando-a com marinhas da região costeira da Beira Litoral, terras banhadas pelos estuários do Vouga, Cértima e Antuã, uma das mais férteis de Portugal.

“A região da Beira marinha tem uma extensão aproximada de 450 km2, abraçando as planícies baixas do Vouga e numerosas ilhas do estuário deste rio. É ali que o gado «marinhão» tem o seu «habitat», vivendo à solta, em pastagens duma fertilidade surpreendente. Nas grandes cheias, quando as terras baixas são inundadas, apanha-se o gado sem demora para darem entrada em espaços fechados denominados currais, situados longe das águas”.

O Solar da Raça

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Uma grande proliferação e difusão da raça que se estendeu para lá do seu Solar inicial – os concelhos de Aveiro, Ílhavo, Vagos, Ovar, Murtosa e Estarreja, dispersando-se para os concelhos de Águeda, Oliveira do Bairro, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Anadia, Mealhada, Mira e Cantanhede. Na década de 40 registava-se a existência de 23995 animais. Com o desenvolvimento da indústria de lacticínios, que possibilitou o total aproveitamento do leite produzido pelos bovinos malhados de preto e branco, os “turinos”, oriundos dos Países Baixos, expandem-se e encontram em Aveiro o seu solar. Aos poucos foram sendo substituídos os efectivos de gado marinhão, que ficaram reduzidos às necessidades dos trabalhos agrícolas, situação agravada por uma crescente mecanização. A necessidade de preservar o património genético ainda existente levou a que um grupo de criadores se unisse nesse propósito, constituindo, em 1992, a ACRM – Associação de Criadores de Bovinos de Raça Marinhoa, tendo-lhe sido conferida capacidade legal para tomar a seu cargo a gestão do Livro Genealógico da Raça Marinhoa, o que viria a ser determinante na sua conservação. Desde então a distribuição dos criadores e do efectivo pelo Solar, que ocupa 19 concelhos, tem-se mantido estável. Em Novembro de 2015, a gestão deste Livro Genealógico é transferida para a EABL – Associação para o Desenvolvimento da Estação de Apoio à Bovinicultura Leiteira, consequência da fusão dos serviços das duas Organizações.

DENOMINAÇÃO DE ORIGEM PROTEGIDA

Alimentados com pastagens e forragens da Região e suplementados com farinhas de milho, silagens, entre outros produtos naturais, são criados respeitando o ciclo biológico de cada animal, de modo a que seu crescimento se faça de modo sustentado. Para além da qualidade intrínseca da carne, parte da sua herança genética, a boa alimentação dos animais e a maturação da carne (através de repouso em câmara refrigerada) são de extrema importância e condição essencial para que chegue ao consumidor com os melhores atributos organolépticos. O reconhecimento da qualidade e da particularidade das suas características chegou em Maio de 2000. A Denominação foi oficialmente reconhecida e consagrada como Produto de Qualidade, tendo sido conferido à Associação de Criadores a gestão da Denominação de Origem “Carne Marinhoa DOP”.1 A qualificação como DOP – Denominação de Origem Protegida é, não só uma mais-valia para a produção, mas uma garantia para o consumidor, quer da qualidade do produto, quer dos benefícios que a nível de saúde lhe estão associados.
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